Mulheres na música: Nina Simone

Eunice Kathleen Waymon, mais conhecida como Nina Simone, é uma das maiores pianistas, compositoras e cantoras de jazz, blues, soul e gospel de sua geração. Dona de uma voz única, a cantora fez de sua música expressão da luta pelos direitos civis da população negra estadunidense e sua obra permanece como símbolo de resistência para as novas gerações.

Nascida em 21 de fevereiro de 1933, na cidade de Tryon, Carolina do Norte, era de origem humilde. Acompanhava sua mãe na igreja e foi lá que ela teve seu primeiro contato com o piano, aos quatro anos de idade. Desde então, passou a tocar na igreja metodista acompanhando o coral e, aos sete anos, participou de seu primeiro recital.

Apesar de simples, a apresentação foi um divisor de águas na vida da artista, que foi assistida pela professora de piano Muriel Mazzanovich, figura fundamental no seu aprendizado, responsável por sua iniciação na música clássica e pela criação do Fundo Eunice Waymon, criado para que ela pudesse dar continuidade aos estudos de piano clássico.

Com o incentivo da comunidade local e com o dinheiro do fundo, Nina se tornou uma das primeiras artistas negras a estudar na aclamada Escola Juilliard, em Nova York. Mas em seguida, sem condições financeiras e tendo seu pedido de bolsa recusado por uma renomada instituição da Filadélfia, se viu obrigada a tocar em bares para ajudar a família. Sabendo que o trabalho não seria aceito por seus pais, Eunice assumiu o nome artístico Nina Simone.

Nina interpretou canções de variados estilos, do gospel ao soul, passando pelo blues, folk, R&B e pop. Ela também compôs algumas canções e teve muitos hits nas paradas de sucesso, como Feeling Good, I Put a Spell on You, Don’t Let Me Misunderstood, Aint Got No – I Got Life, I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free, Here Comes The Sun, My Baby Just Cares For Me e To Be Young, Gifted and Black.

A aclamada Mississipi Goddamn foi composta após um atentado racista que matou quatro crianças negras numa igreja batista e se transformou em hino do movimento negro estadunidense. Após a tragédia, Nina percebeu o que significava ser uma mulher negra nos Estados Unidos e começou a lutar pelos direitos civis.

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