Mulheres na música: Eunice Katunda

Eunice Katunda foi uma das musicistas mais atuantes no cenário musical brasileiro de meados do século XX. Sua identidade como musicista engloba as de pianista, compositora, regente, arranjadora e produtora de programas de rádio. Iniciou os estudos de piano aos cinco anos, fez o primeiro recital aos 12 e aos 19 estreou como concertista frente à Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro tocando o Concerto em Mi Maior para Piano e Orquestra, de Moritz Moszkowski, sob regência de Henrique Spedini.

Em 1934 casou com o matemático Omar Catunda, incorporando o sobrenome do marido, e mudou-se para São Paulo. Iniciou sua carreira profissional como solista no Theatro Municipal de São Paulo em 1941 sob a direção de Camargo Guarnieri, com quem teve aulas de composição e harmonia moderna. Em 1943, encontrou Villa-Lobos e realizou sob a sua indicação sua primeira turnê internacional na Argentina. Em 1964 o casamento terminou, Eunice então trocou o “C” de Catunda pelo “K”.

Katunda conheceu o compositor e professor alemão Hans-Joachim Koellreutter e compôs sob sua orientação a cantata Negrinho do Pastoreio que recebeu o prêmio Música Viva, sendo esta sua composição mais conhecida. Em 1948 participou do curso internacional de regência em Veneza onde teve sua peça “Cantos à Morte” estreada por Scherchen. Atuou como pianista em eventos como o Festival Brasiliano, ministrou palestras sobre folclore brasileiro, além de participar do I Congresso Internacional de Compositores Dodecafônicos.

Após sua volta ao Brasil, em abril de 1949, atuou predominantemente em São Paulo. Entre suas atividades destacam-se: ministração de cursos de iniciação musical no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1951-52) em iniciativa pioneira; criação e direção de um programa semanal na Rádio Nacional de São Paulo intitulado Musical Lloyd (1955-56); atuação como pianista da rádio Gazeta (1957-58), além de atuar como compositora e arranjadora durante todo este período. Em 1958, recebeu, pelo trabalho junto à Rádio Gazeta, o prêmio Radiolândia de melhor pianista atuante em emissoras brasileiras.

A compositora Eunice Katunda faleceu em 3 de agosto de 1990, na casa do seu filho em SP.

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